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Terei muito cuidado para não
me envolver na vida de ninguém.
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Não é bom pro outro,
e não é bom pra mim.
1:25:07
- E sobre ontem à noite?
- O que é que tem?
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- Fazer amor não foi bom?
- Está usando a terminologia errada.
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- Não fizemos amor.
- Foi melhor que secar pratos.
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Aquilo foi uma emoção fugaz.
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Uma vez é emoção fugaz.
Seis vezes é fazer amor.
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Quer saber o que fizemos?
Vou lhe mostrar.
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- O que é isso, Felix?
- Venha, vou lhe mostrar algo.
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Olhe ali.
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Foi aquilo que fizemos.
Com o mesmo propósito.
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Nós somos assim. Talvez
seja pra isso que servimos.
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Pra sermos bichos de estimação.
Gostaria disso?
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- As pessoas amam seus bichos.
- Quer ser meu bicho, Doris?
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Não é má idéia. Podia usar
coleira e dormir em uma caixa.
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À noite, teria de trancá-la
no banheiro, para não fugir.
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- Não entendo o que diz.
- Poderia lavá-la, dar banho.
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Já fizemos isso, não?
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- Podia lhe ensinar uns truques.
- Não fale assim.
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Podia sentar,
fingir de morta, rolar.
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- Está me assustando.
- Que tal trazer coisas?
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Essa é fácil.
Trazer coisas é fácil.
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- Deixe-me pegar um graveto.
- Pare!
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- Peguei um graveto.
- Pare!
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Muito bem. Pegue.
Vá buscar!
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É difícil, não?
Vamos fazer algo mais simples.
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Vamos, dê a patinha!
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- Não sei o que quer de mim!
- Quero que seja boazinha...
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- e dê a patinha para o papai!
- Já incorporei "impecável".
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Esse foi um bom truque.
Quero lhe ensinar outro.
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Se não aprender comigo,
terá de ir a um treinador.
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- Agora, dê a patinha.
- Por que está fazendo isso?
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Bichos não perguntam, obedecem.
Caso contrário, são doados.
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É o que quer? Quer ser dada a
uma família pobre que te bata?
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Não fique aí como um ser
humano, dê a patinha!
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- Se eu der, irá parar com isso?
- Não negociamos com bichos!