Morte a Venezia
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:51:37
Isto não é vergonha, mas sim medo!
:51:39
A vergonha é um desequilibrio espiritual
ao qual tu deves ser imune...

:51:42
pois não te afecta os sentimientos
:51:44
Tu refugias-te na evasão, na antipatía,
no distanciamento!

:51:47
Evitas o contacto directo e honesto
seja com o que for!

:51:52
As tuas exigencias de moralidade são tão rígidas...
:51:55
que queres que a tua conducta seja
tão perfeita como a música que compões

:51:57
Cada escorregadela é a Queda: a catástrofe
da qual resulta a 'contaminação' irreparável

:52:01
- Eu estou contaminado.
- Antes o estivesses!

:52:03
Estar em dívida com os próprios sentidos...
:52:05
numa condição irredimivel, corrupta
E doentia!

:52:09
Que gozo para um artista!
:52:17
Pensa como é seca e árida a 'boa saúde'
:52:20
Especialmente se é a da alma
unida à do corpo!

:52:24
Tenho que encontrar o meu próprio
equilibrio de alguma forma...

:52:27
Mas, desgraçadamente -- para tí -- a arte
é indiferente à moralidade pessoal

:52:30
se fosse o contrário, tu serías supremo,
inimitavel, inalcançavel!

:52:38
Diz-me: - sabes qual é o suporte
da mentalidade artística 'popular'?

:52:44
A mediocridade.
:52:57
--Deixa-nos já amanhã, Senhor?
:52:59
Sím, àmanhã,
devido a circunstâncias imprevistas.


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