Le Charme discret de la bourgeoisie
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:30:00
- O que é que as senhoras tomam?
- Três chás.

:30:04
- Com leite ou limão?
- Limão, para mim.

:30:06
Para mim também.
:30:08
Um pouco de leite, se faz favor.
:30:17
Não suporto a vista
daquele músico.

:30:19
Qual?
:30:20
O violoncelista.
:30:25
- Porquê? Não gosta de violoncelo?
- Tenho horror a isso.

:30:29
Podemos mudar de lugar?
:30:31
Porque não?
:30:39
Pessoalmente, gosto
muito de violoncelo.

:30:43
- O sonoridade...
- A maioria das orquestras suprimiu-os.

:30:47
Olhem para aquilo.
:30:56
Se ao menos fossem jovens...
:31:02
- Viram?
- O quê?

:31:05
Aquele militar ali ao fundo.
:31:11
É um Tenente.
:31:12
- Conhece-o?
- Não, porquê?

:31:15
Não pára de olhar para nós
desde que chegámos.

:31:18
Eu não o conheço.
:31:20
Eu também não.
:31:25
Já repararam no ar
melancólico dele?

:31:29
É verdade. Mas os Tenentes costumam
ter esse ar. Sempre me perguntei porquê.

:31:34
Lamento muito, minhas senhoras,
mas acabou-se o chá.

:31:37
Como é que não há chá?
O que é que quer dizer?

:31:40
Tivemos muita gente hoje
e acabámos de servir o último chá.

:31:44
- Não há chá nenhum?
- Nenhum, minha senhora.

:31:46
Desejam outra coisa qualquer?
:31:49
- Então bebo um café.
- Eu também.

:31:51
- Eu também. Com conhaque.
- Não vendemos álcool, menina.

:31:55
Três cafés, então.

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