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morreu por nós na cruz,
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que se digna a olhar por nós,
pobres criaturas mortais,
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cheio de amor, de infinita
misericórdia,
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os doentes, os sofredores,
os moribundos.
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Sim, os moribundos.
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O túmulo gelado.
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Voltarás ao pó de onde vieste
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e só os ossos restarão.
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Os vermes consumirão
os teus olhos,
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os teus lábios, a tua boca.
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Entrarão pelas tuas orelhas,
entrarão pelas tuas narinas.
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O teu corpo entrará em putrefacção
até aos mais recônditos cantos
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e um cheiro nauseabundo
exalará dele.
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Sim, Cristo subiu aos céus e juntou-se
ao anfitrião dos anjos nas alturas.
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Mas não para criaturas como tu,
cheias dos vícios mais vis,
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ansiando apenas a satisfação
carnal.
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Como te atreves a gozar comigo
e a rir de mim na minha cara?
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Que audácia! Que fazes aqui,
no meu templo?
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O teu lugar é no cemitério.
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Tresandarás como um cadáver
putrefacto, caído na berma.
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Em verdade vos digo,
nunca entrareis no meu Reino.
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Quatro, três, dois, um, zero!
O nosso herói.
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Lá está ele!
Trelkovsky. O inquilino felizardo.
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- Lucille Pampin, de Nice.
- Na Riviera. O melhor broche de Paris.
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- Tenho muito gosto em conhecê-la.
- Como está?
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Não há mais cadeiras?
Que espelunca!
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Há uma mesa, aqui.
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A tua fiancée pode sentar-se
nos meus joelhos.
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É contra os meus princípios.
Dá-me uma ajuda.
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Pega nessa ponta, está bem?
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Cuidado, está bem?