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Peço-lhe, Mikhail Vassilievitch...
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Rogo-lhe que tenha dó de mim,
que me poupe a vida.
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Ria-se de mim, pense o que muito bem lhe
apetecer, mas...
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Nada mais tenho na vida.
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Nada...
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Mikhail Vassilievitch!
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Amei-te mais do que ao mundo.
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Minha querida!
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Näo há nada "depois".
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Apenas o pressentimento de
que tudo está ainda pela frente,
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que a vida vai ser longa e feliz,
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que a vida näo passa agora
de um rascunho,
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que corrigimos depois.
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Mas esse "depois" nunca chega... Nunca.
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Se soubesse naquela noite,
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ao observar as luzes
da úItima carruagem...
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Por que näo me procuraste?
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Era jovem e feliz.
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Acreditava numa vida longa e feliz.
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Acreditava no "depois".
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Mas näo há depois.