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Receio que haja uma suspeita crescente
no seio desta universidade -
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e digo-lho sem, de modo nenhum,
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deslustrar os seus feitos,
com que todos nos alegramos -,
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que no seu entusiasmo pelo sucesso
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talvez tenha perdido de vista
alguns destes ideais.
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Posso perguntar que forma tomou
tal deslealdade, tal traiçäo?
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- Näo é traiçäo!
- Falou-se em pesar.
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Diz-se que tem um treinador pessoal.
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Sim, o sr. Mussabini.
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- Italiano?
- De origem italiana.
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- Estou a ver.
- Mas näo é todo italiano.
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- Que alívio.
- É meio árabe!
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E emprega este
sr. Mussambini como profissional?
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Sam Mussambini é o melhor,
o mais avançado...
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mais lúcido dos treinadores
de atletismo neste país.
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É uma honra que me ache digno de atençäo.
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Näo obstante é um profissional.
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Que havia de ser? É o melhor.
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Mas aí, sr. Abrahams,
receio que os nossos caminhos divirjam.
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Esta universidade crê
que o caminho do amador
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é o único com resultados satisfatórios.
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Sou um amador.
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Treinado por um profissional.
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Porta-se como um profissional.
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Há um ano que se concentra
no desenvolvimento da sua técnica
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na busca impetuosa da sua glória individual.
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Näo será uma política
que encoraje o esprit de corps.
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Acima de tudo,
sou um homem de Cambridge.
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Sou inglês, acima de tudo.
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O que alcancei, e pretendo alcançar,
é para a minha família,
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a minha universidade e o meu país.
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E ofendem-me profundamente
as vossas insinuaçöes.
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O seu objectivo
é ganhar a todo o custo, näo é?