:39:00
Não sei o que fazer.
:39:04
Tenho medo.
:39:08
Onze e meia, doze, as luzes voltam.
:39:11
Saquei um cano da canalização.
:39:16
Dei com ele nas canelas
do primeiro guarda.
:39:22
Atiro-me a um condenado, a outro.
:39:25
Chego ao Morphis,
bato-lhe na cabeça duas vezes.
:39:30
Depois saltaram todos para cima de mim,
fizeram-me de tudo.
:39:33
Passei 6 meses no hospital,
mas o Morphis também ficou bem fodido.
:39:41
Hematoma cerebral.
:39:43
Deram-lhe a reforma. Não andava
a direito. Morreu dois anos depois.
:39:48
O que é uma perda para o planeta Terra.
:39:52
Entretanto, eu tenho de voltar à cela,
com a malta toda.
:39:57
Sei que, quando entrar no pátio,
sou um homem morto.
:40:01
Entrei no pátio.
:40:03
Sabes o que é que aconteceu?
:40:08
Nada. Quero dizer,
não aconteceu nada.
:40:12
Porque eu não significo
nada para mim.
:40:15
Não quero saber de mim.
Não quero saber de nada.
:40:20
Naquele dia fiquei a saber que sobrevivi
porque atingi essa atitude mental.
:40:30
Mais tarde, fiz isto.
:40:49
Na cela de pedra.
:40:52
O que é isto?
:40:54
Isso é a minha vida.
:40:59
Nada nem ninguém
pode impedir-me de realizar isto.