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No papel parecia...
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...que não era nada!
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O princípio... simples...
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...quase cómico.
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Só uma pulsação.
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Fagotes, clarinetes...
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...como um harmónio enferrujado.
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E depois... de repente...
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...Lá em cima...
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...um oboé.
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Uma nota única, suspensa...
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...até...
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...que um clarinete a retome...
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...e a suavize numa frase
duma tal delícia.
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Não era uma composição
dum macaco amestrado.
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Era uma música
como nunca tinha ouvido.
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Cheia dum tal desejo...
dum desejo insaciável.
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Pareceu-me ouvir
a voz de Deus.
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Desculpe...
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...Mas porquê?
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Porque é que Deus escolhera essa
criança obscena como intérprete?
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É extraordinário, Majestade.
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O mês passado ouvi
uma magnífica ópera dele.
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- Idomeneu, rei de Creta.
- Isso?