Nuovo cinema Paradiso
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Senhora Anna!
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Alfredo.
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Não grites comigo. A tua mulher
mandou-me trazer-te o almoço.

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Eu disse à minha mãe
que não foste tu que me deste as fitas.

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Que não tiveste a culpa.
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Eu pensei que estavas a mentir
quando dizias que a fita podia arder.

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Era só isso que te queria dizer.
Agora posso ir.

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Toto, vem aqui.
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Vá lá, senta-te.
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Agora ouve. Eu meti-me nisto
quando tinha dez anos.

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Naquela altura, não tinha-mos
as máquinas de agora.

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Os filmes eram mudos.
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O projector era rodado à mão...
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com uma manivela.
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Durante todo o dia!
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E era perra aquela maldita manivela.
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Se te cansasses
e parasses um pouco...

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de repente, whoom,
ardia tudo.

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Então porque não me ensinas?
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Agora que não há manivela
é muito mais fácil.

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Porque não quero.
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Não é o tipo de trabalho para ti.
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Trabalha-se como um escravo...
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e está-se sempre sozinho.

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