Cyrano de Bergerac
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:25:01
que é também a mais culta.
:25:03
Meu Deus!
Compreendo. É claro.

:25:04
- É diáfano.
- Magdeleine Robin, a tua prima?

:25:07
Sim. Roxane.
:25:10
Pois bem! Tanto melhor!
Tu ama-la? Diz-lho.

:25:12
Hoje, cobriste-te de glória
aos olhos dela!

:25:14
Olha para mim, meu amigo,
:25:16
e diz-me que esperança me resta
com esta protuberância!

:25:20
Não tenho ilusões.
:25:23
Na verdade, sim, por vezes
enterneço-me ao luar.

:25:27
De longe, sigo com os olhos,
sob a luz de prata,

:25:30
uma mulher que dá o braço
a um cavaleiro.

:25:33
E imagino que para dar
um passeio ao luar,

:25:35
também eu gostaria de levar
uma a meu lado.

:25:39
Exalto-me, esqueço...
:25:42
E percebo, de repente, a sombra
do meu perfil no muro do jardim.

:25:46
Meu amigo!...
:25:47
Meu amigo, tenho más horas!
:25:52
Por me sentir tão feio,
por vezes, completamente só...

:25:56
- Choras?
- Não, isso nunca!

:25:59
Seria demasiado feio,
:26:00
se ao longo deste nariz
uma lágrima corresse!

:26:03
Mas Roxane, esta noite...
Sim, a própria Roxane,

:26:05
seguiu o teu duelo!
Estava toda pálida.

:26:07
O seu coração e o espírito
estão já atordoados.

:26:10
Ousa falar-lhe, a fim...
:26:12
Para ela me rir no nariz?
:26:13
Não! É a única coisa no mundo
que eu recearia!

:26:18
Anda alguém à tua procura?
:26:23
Meu Deus! A sua aia!
:26:32
Senhor, a vossa prima
gostaria bastante de saber

:26:35
onde poderá, amanhã,
vos ver em segredo.

:26:38
Ela tem algo a dizer-vos.
:26:40
A mim? Ai meu Deus!
:26:41
Depois da missa, onde seria
possível falar convosco?

:26:44
Onde?... Eu...
Mas... Ai meu Deus!

:26:47
- Dizei depressa.
- Estou a pensar!

:26:49
- Onde?
- Em casa...

:26:50
- Ragueneau, o pasteleiro.
- Onde é que ele poisa?

:26:53
Na rua... meu Deus,
meu Deus!

:26:55
Saint-Honoré!
:26:56
Lá estará.
Esteja lá às sete horas.

:26:59
Lá estarei.

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