Cyrano de Bergerac
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:37:01
Onde fizestes isto?
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A brincar, para os lados
da porta de Nesle.

:37:08
- Lutastes?
- Quase nada...

:37:10
Uma simples disputa...
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Contai-me, enquanto vos tiro
um pouco o sangue.

:37:14
- Quantos eram contra vós?
- Nem eram cem.

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- Contai!
- Não. Deixai.

:37:20
E vós, tratai de dizer o que,
quando entrastes,

:37:23
não ousastes dizer.
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Neste momento, ouso...
:37:28
Porque o passado me encoraja
com o seu perfume.

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Sim, agora ouso. Aqui está.
Amo alguém.

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Que não o sabe, aliás.
:37:41
Ainda não.
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Mas que vai, brevemente, sabê-lo,
se o não sabe.

:37:47
Um pobre rapaz que até agora
me amou timidamente,

:37:50
de longe,
sem o ousar dizer...

:37:52
Dai-me a vossa mão, vejamos,
ela tem febre...

:37:57
Mas eu vi, eu vi a confissão
tremer-lhe nos lábios.

:37:59
E imaginai, meu primo,
:38:03
que ele pertence precisamente
ao vosso regimento.

:38:08
Pois é cadete
na vossa companhia!

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Tem espírito, génio
na sua cabeça.

:38:14
É altivo, nobre, jovem,
intrépido, belo...

:38:17
Belo!
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Que tendes?
:38:20
Eu, nada...
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É este dói-dói.
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- Já falaram um com o outro?
- Nunca.

:38:29
- Ele é cadete?
- Cadete nos guardas, sim.

:38:31
Sabeis o nome dele?
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É o barão Christian
de Neuvillette.

:38:35
Como?
Não está nos cadetes.

:38:37
Está sim, desde esta manhã!
:38:40
Acabei os bolos,
senhor de Bergerac!

:38:42
Pois tratai de ler os versos
impressos no saco!

:38:44
Minha pobre pequena,
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vós que não amais senão
a bela linguagem,

:38:48
e se ele fosse um profano,
um selvagem?

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Não, todas as palavras que ele
diz são finas, adivinho-o!

:38:55
Sim, todas as palavras são finas
quando o bigode é fino.

:38:59
E se fosse um idiota?...

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