Cyrano de Bergerac
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1:20:03
- É talvez um louco!
- E não caí metaforicamente!...

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Há cem anos,
ou então um minuto,

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ignoro completamente quanto
tempo durou a minha queda!

1:20:11
Estava naquela bola
de cor de açafrão!

1:20:14
Que continente é este?
Onde estou?

1:20:17
Sêde franco!
Não me oculteis nada!

1:20:19
Meu Deus!...
1:20:22
Creio perceber que neste país
tendes o rosto totalmente negro!

1:20:24
Como?
1:20:25
- Estarei na Argélia? Sois indígena?
- É uma máscara!

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- Estou em Veneza, ou em Génova!
- Uma senhora está à minha espera!

1:20:33
- Estou, então, em Paris!
- O cómico é mesmo cómico!

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- Estais a rir?
- Rio, mas quero passar!

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Foi em Paris que caí!
1:20:41
Chego - desculpai-me -
com o último furacão.

1:20:44
Estou um pouco coberto
de éter. Viajei.

1:20:47
Tenho os olhos cheios de pó
dos astros.

1:20:50
Trago ainda nas esporas
alguns pêlos de planetas!

1:20:53
Vêde, no meu gibão,
um cabelo de cometa!...

1:20:56
Ao passar pelo Tridente,
evitei as suas três lanças,

1:20:59
e fui cair sentado
nas balanças...

1:21:02
cujo fiel, neste momento,
lá em cima, marca o meu peso!

1:21:04
Enviado do inferno!
1:21:06
Do céu! Como podeis duvidar
de mim?

1:21:16
Mas eu conto escrever tudo isto
num livro.

1:21:18
E as estrelas de ouro
que trago no meu manto!

1:21:20
- Ei-lo!
- Meu Deus!

1:21:22
Despachai-vos, padre!
1:21:24
E por que razão teríamos
de apressar uma oração?

1:21:26
“Santa Virgo Maria,
Stella purissima,

1:21:29
Alma mater Dei,
Virgo santissima...”

1:21:36
Chega! Basta!
1:21:38
Retirai isso
para me escutardes!

1:21:40
- A minha máscara!
- Não há mais máscara!

1:21:44
Tendes de saber
como é feita a Lua

1:21:46
e se alguém habita na rotundidade
dessa cucúrbita.

1:21:49
Não!
1:21:50
Tendes de saber como subi
até ela!

1:21:52
Foi através de um meio
que inventei.

1:21:57
- Adivinhastes?
- É um louco!

1:21:59
A maré!

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