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Atenção, não pense que é um daqueles
mariconços de susto;
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é muito machão, quem o vê na rua
não dá por nada.
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Podia-se jogar póquer ou pescar com ele
sem desconfiar de nada.
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Uma noite do Verão de 63,
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fomos a casa do Ferrie.
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Estavam lá uns nove ou dez gajos.
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Cubanos amigos dele que iam com ele
para o mato. A casa estava um nojo...
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lgual à cabeça do Dave; tinha ratos
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porque ia descobrir a cura para o cancro.
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O gajo não é nada burro, fala cinco línguas,
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percebe de filosofia, de medicina,
de história militar, de política...
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Quis ir para padre
mas expulsaram-no por ser panasca.
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Foi onde viu o Oswald pela primeira vez?
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Tipo estranho. O Dave apresentou-mo...
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Leon Oswald.
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Como vai isso?
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Que vem aqui fazer?
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Vai-te foder, cabrão.
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Não ligues, ele só está mal disposto.
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Diz que esse Leon
era o Lee Harvey Oswald?
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Não tinha razões para mentir!
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Na cadeia já eu estou.
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Os outros foram-se embora
e ficamos só eu, o Dave,
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esse Leon,
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dois dos cubanos e o tal Bertrand.
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O Dave mostrou recortes de jornais,
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há meses que vivia obcecado
pelo Castro e pelo Kennedy.
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Aquele cara-de-cu fechou-nos os campos!
Tirou-nos os C-4s!
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Dez mil cartucheiras,
1 .500 quilos de pólvora,
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todas as nossas armas!
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Querem libertar Cuba?
Matem o cabrão do barbas!
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O Kennedy não deixa e de mãos vazias,
como podemos?
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E tem tantos espiões
que ninguém lhe chega perto.
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Há maneiras novas!
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Dúzias de venenos que, postos na comida,
matam em três dias,
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sem deixar rasto!
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Ou ridiculizem-no, pondo qualquer coisa
na barba, para que caia!