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Senhor, viestes casar esta senhora.
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Não.
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Veio casar com ela.
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Senhora, viestes casar com este conde.
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Sim.
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Se algum de vós sabe
de um impedimento a esta união,
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eu vos ordeno, pelas vossas almas,
que o reveleis.
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- Conheces algum, Hero?
- Nenhum, meu senhor.
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- E vós, Conde?
- Ouso responder por ele. Nenhum.
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Afasta-te, frade.
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Pai, é de livre e espontânea vontade
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que me dais a vossa filha?
- Tão livre como quando Deus ma deu.
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E que posso eu dar-vos em troca
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que corresponda ao valor
de tão rica e preciosa dádiva?
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Nada. Só devolvendo-a.
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Meu Príncipe, mostrais-me
um nobre agradecimento.
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Aqui a tendes de novo, Leonato!
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Não deis esta laranja podre
ao vosso amigo.
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Ela finge uma honra que não tem!
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Ruboriza-se como uma donzela!
Não juraríeis, vós todos que a vedes,
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que é pura, por estes sinais
exteriores? Mas não é tal!
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- Conhece o calor da luxúria!
- Que quereis dizer, senhor?
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Não vou casar-me, não unirei
a minha alma à de uma libertina!
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Não!
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Meu bom senhor,
se acaso vos aconteceu
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vencerdes a resistência dela,
roubando-lhe a virgindade...
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Não, Leonato!
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Nunca a tentei com outras palavras...