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Sente-se, quero mostrar-lhe uma coisa.
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Este é o meu lugar favorito no Parque.
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E de Inverno, quando a neve
cobre tudo, ás 4 e meia da tarde,
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quando começava a escurecer
e as luzes se acendem,
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fica tudo enevoado.
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Vê-se a silhueta dos prédios de
Manhattan, por entre as árvores...
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E é mágico. Mágico.
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Helen, acho que estou
a apaixonar-me por si.
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- Não...
- Não consigo evitar.
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David, temos de ser fortes.
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Tentei controlar os sentimentos,
mas tenho tanto para dizer...
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Que são palavras?
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Tudo o que tem significado
surge-nos de uma forma inexplicável,
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mais primitiva do que
a mera linguagem.
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- Não sei se percebo...
- Silêncio, peço-lhe.
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Vamos só ficar aqui
com os nossos pensamentos,
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sem os revelar, sem falar.
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Os pássaros que cantem, deixemos
a nossa canção por cantar.
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É fantástica...
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Pára.
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- Pára, não me apetece.
- Não te apetece, como?
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É melhor que apeteça,
é ele quem paga a renda.
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Calada, Vénus!
Como eu disse, não me apetece.
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Tem de me apetecer
sempre que te apetece a ti?
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- Pára de te armares, sim?
- Não me estou a armar.
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Estás sempre pronta
para a brincadeira.
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Mas hoje estou é cansada,
o ensaio foi tramado.
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- Põe o motor em marcha.
- Não.
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- Trouxe-te uma coisa.
- O quê?
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Então, que dizes?
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Tenho uma óptima garrafa
de vinho francês,
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feito pelo Joey Foster.
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Passo, estou morta.