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que os teus microfones poderiam arran-
car as minhas imagens à sua escuridão.
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Mas é escusado.
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É tudo escusado, Wnter!
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Escusado!
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Mas há uma maneira
e estou a trabalhá-la.
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Ora ouve!
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Uma imagem que não foi vista
não pode vender nada.
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É pura,
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e por conseguinte,
verdadeira e bela.
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Numa palavra: é inocente.
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Enquanto nenhum olhar
a contaminar,
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permanece em uníssono
com o mundo.
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Se não for vista,
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a imagem e o objecto que esta
representa, permanecem juntos.
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Sim, é apenas quando
olhamos para a imagem,
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que a coisa...
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que ela contém...
morre.
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E cá está, Wnter,
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a minha " biblioteca
de imagens jamais vistas"!
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Todas estas imagens foram filmadas
sem intervenção do olhar humano.
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Ninguém as viu
enquanto foram gravadas,
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e ninguém as visionou depois.
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Filmei-as todas
nas minhas costas!
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Estas imagens mostram
a cidade como ela é
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e não como eu
desejaria que fosse.
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Seja como for, cá estão elas,
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no seu primeiro e doce
sono da inocência,
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prontas a ser visionadas
por alguma geração futura,
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com um olhar
diferente do nosso.
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Não te preocupes, amigo,
ambos estaremos mortos.