1:27:00
	que os teus microfones poderiam arran-
car as minhas imagens à sua escuridão.
1:27:07
	Mas é escusado.
1:27:11
	É tudo escusado, Wnter!
1:27:14
	Escusado!
1:27:17
	Mas há uma maneira
e estou a trabalhá-la.
1:27:22
	Ora ouve!
1:27:23
	Uma imagem que não foi vista
não pode vender nada.
1:27:28
	É pura,
1:27:29
	e por conseguinte,
verdadeira e bela.
1:27:33
	Numa palavra: é inocente.
1:27:36
	Enquanto nenhum olhar
a contaminar,
1:27:40
	permanece em uníssono
com o mundo.
1:27:44
	Se não for vista,
1:27:46
	a imagem e o objecto que esta
representa, permanecem juntos.
1:27:51
	Sim, é apenas quando
olhamos para a imagem,
1:27:57
	que a coisa...
1:27:59
	que ela contém...
morre.
1:28:06
	E cá está, Wnter,
1:28:10
	a minha " biblioteca
de imagens jamais vistas"!
1:28:14
	Todas estas imagens foram filmadas
sem intervenção do olhar humano.
1:28:21
	Ninguém as viu
enquanto foram gravadas,
1:28:24
	e ninguém as visionou depois.
1:28:27
	Filmei-as todas
nas minhas costas!
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	Estas imagens mostram
a cidade como ela é
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	e não como eu
desejaria que fosse.
1:28:46
	Seja como for, cá estão elas,
1:28:48
	no seu primeiro e doce
sono da inocência,
1:28:51
	prontas a ser visionadas
por alguma geração futura,
1:28:55
	com um olhar
diferente do nosso.
1:28:58
	Não te preocupes, amigo,
ambos estaremos mortos.