Othello
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:43:06
Como posso ser um vilão...
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...quando dou graciosamente
um conselho tão honesto...

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...sensato, e que deveras é
o meio de convencer o mouro?

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Sua alma está tão acorrentada
ao amor de Desdemona...

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...que ela pode fazer, desfazer,
agir como quiser...

:43:23
...enquanto o apetite comanda,
qual deus, as fraquezas do mouro.

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Como posso ser vilão,
quando aconselho Cassio...

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...a seguir esse caminho que
o levará a seu próprio bem?

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Divindade do inferno!
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Quando demônios preparam os pecados
mais negros, sugerem-nos antes...

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...com visões paradisíacas,
como fiz agora.

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Pois, enquanto este honesto boçal
convence Desdemona a socorrê-lo...

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...e ela intercede com
veemência por sua sorte...

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...eu derramarei meu veneno
no ouvido do mouro...

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...dizendo que ela o repele
movida por luxúria...

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...e ela, ao batalhar
pelo bem de Cassio...

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...perderá o crédito
que tem com Othello.

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Assim, transformarei a sua virtude...
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...em betume...
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...e, com o fio de sua bondade...
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...farei a teia...
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...que vai...
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...enredá-los a todos.
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Como vai, Roderigo?
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A perseguição aqui me traz...
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...não como um cão que caça...
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...mas um que só aumenta a matilha.
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Meu dinheiro está no fim...
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...levei uma coça excelente
esta noite...

:44:53
...e acho que, em conclusão...
:44:57
...ganharei mais experiência
por meu sofrimento.


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