:19:03
Olá. Lenny Nero. Falámos ao telefone.
:19:12
Não leve a mal,
mas tenho de perguntar.
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- É da Polícia?
- Compreendo. Não, não sou.
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Compreende! É advogado, não é?
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- Não é?
- Sou.
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Sapatos de berloques.
Trabalha no mundo do espectáculo?
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Calma. Eu sei lidar com as pessoas,
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o que elas desejam.
O que os seus olhos dizem.
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E então, diga lá...
Alguma vez se ligou?
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Já viajou ligado?
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- Não.
- Uma mente virgem. Boa.
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Vai-se estrear bem comigo.
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Para poupar tempo,
diga-me o que sabe.
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Apenas o que li, que a tecnologia
foi desenvolvida para o FBI
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substituir o microfone corporal,
e agora chegou ao mercado negro.
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É isso mesmo. E esta nossa
conversa nunca aconteceu, pois não?
:20:00
- Nunca.
- Óptimo.
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É você que me vende o leitor?
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Arranjo-lhe um barato.
O meu campo é o software.
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- Os clips, certo?
- Certo.
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Oiça, quero ter a certeza
de que nos entendemos, está bem?
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Isto não é "como a TV, mas melhor."
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Isto é a vida.
É um pedaço da vida de alguém.
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Puro e sem cortes,
directamente do cérebro.
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Estamos lá, a fazer aquilo.
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A ver, a ouvir e a sentir tudo.
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O quê, exactamente?
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Exactamente o que você quiser.
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Se quiser ir esquiar
sem sair do sofá, vai,
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mas presumo que você, se quer
esquiar, apanha um avião para Aspen.
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Não é isso que lhe interessa.
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São as coisas inatingíveis.
O fruto proibido.
:20:58
Como entrar numa loja
de pistolão em punho