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Julieta!
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Aqui estou. Que mandais?
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Deixai-nos, Ama, por um pouco.
Hemos de conversar, em segredo.
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Ama, voltai aqui!
Algo me ocorre, enfim.
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Escutai nosso conselho.
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Ama, minha filha
conheceis de tenra idade.
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Fostes o bebé mais
lindo de todos que cuidei.
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De minha conta, vossa mãe fui,
e muito, por todos estes anos.
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Donzela sois, agora.
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Assim, em suma!
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Pretende-vos p'ra seu
amor o valoroso Paris.
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E que homem, jovem senhora!
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Um homem tal como todo o mundo.
De facto, é ele um homem de cera!
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Não tem o verão de
Verona semelhante flor...
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Certo, uma flor. Em fé, uma vera flor...
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Ama!
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Hoje à noite o vereis, na nossa festa.
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Lede o tomo do rosto do
jovem Paris e lá achareis deleite escrito
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com pena de beleza feita.
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A este... precioso
livro de amor, a este amor infindo,
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para o embelezar falta uma capa, apenas.
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Assim partilhareis vós
tudo o que ele possui,
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levando a que de
vós ele faça nada menos.
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Nem só, que mais.
Pelos homens crescem as mulheres.
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Em breve, agrada-vos o amor de Paris?
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Olharei que agrade,
se olhando se move o agrado.
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Mas mais fundo não acestarei meus olhos
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do que vosso consentimento
força lhes dá para que voem.
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Minha senhora, chegaram os convidados.
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Ide-vos!
:17:35
Seguir-vos-emos.
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Julieta!
:17:46
Ide-vos. Na senda de
felizes noites para felizes dias.