:36:02
	Ai de mim!
:36:06
	Ela fala.
:36:08
	Fala de novo, anjo brilhante.
:36:12
	Romeu.
:36:14
	Oh Romeu!
:36:16
	De onde vindes, Romeu?
:36:23
	Renegai o vosso pai, rejeitai o vosso
nome.
:36:25
	Ou, se o não fizerdes, jurado seja meu
amor, e não mais de Capuleto serei eu.
:36:31
	Mais escutarei,
:36:33
	ou a isto hei-de responder?
:36:35
	Só vosso nome é meu inimigo.
:36:38
	Vós sois vós, mais que um Montéquio.
:36:41
	Que é ser-se Montéquio?
:36:43
	Mão não é,
:36:45
	nem pé, nem braço, nem rosto,
:36:49
	nem qualquer outra parte
que a homem pertença.
:36:53
	Oh, sê d'outro nome!
:36:57
	Que há, num nome?
:37:00
	Aquilo a que chamamos rosa tão doce
cheiraria com qualquer outro nome.
:37:04
	Assim Romeu inda teria,
Não se chamasse ele Romeu,
:37:07
	a perfeição preciosa
que ter deve, fora esse título.
:37:13
	Romeu, desfazei-vos do vosso nome;
:37:15
	e p'lo vosso nome, que parte nenhuma é
de vós, tomai-me a mim inteira.
:37:18
	A vós vos tomo, por vossa palavra.
:37:30
	Não sois vós Romeu, e um Montéquio?
:37:33
	Nem um nem outro, se
qualquer deles vos desgosta.
:37:35
	Como chegastes aqui,
dizei-me, e para quê?
:37:37
	São altos os muros
do jardim, e dura a subida,
:37:39
	e o local morte,
considerando quem sois vós.
:37:42
	Co'as asas leves do amor
galguei eu estes muros,
:37:44
	que pedras não logram deter o amor.
:37:47
	E o que pode amor fazer,
a isso se vai amor atrever.
:37:49
	Não são parentes vossos
impedimento p'ra mim.