:46:00
	É Rosalina, que tão caramente
amastes, tão cedo renunciada?
:46:04
	Nos olhos paira então o amor
do jovem homem, que não no coração.
:46:09
	A miúdo me ralhastes por Rosalina amar.
:46:11
	Por idolatrar, não por amar, pupilo meu.
:46:17
	Eu vos suplico...
:46:20
	a graça de me não exprobar!
:46:21
	A ela amo, agora, e graça por graça,
amor por amor haveis de aprovar.
:46:25
	À outra não.
:46:27
	Decerto, bem ela sabia que...
:46:29
	teu amor de cor se lia,
e soletrar-se não cabia.
:46:36
	Talvez qu'eu seja como minha mãe
:46:42
	Nunca satisfeita
:46:47
	Que esta aliança tão feliz possa ser
:46:51
	que o rancor da vossa casa
:46:55
	em puro amor se haja de converter.
:46:57
	É isto o que parece soar
:46:59
	Quando se põem pombas a arrolhar.
:47:05
	Vamos, jovem cata-vento, vinde comigo.
:47:08
	Vosso assistente serei,
se num aspecto só.
:47:12
	Qu' esta aliança tão
feliz possa vir a ser
:47:15
	que o rancor da vossa casa
em puro amor se haja de converter.
:47:18
	Oh vamo-nos daqui! Pressa súbita tenho!
:47:23
	Com siso e devagar.
Tropeça e cai quem muito corre.
:47:27
	Talvez qu'eu seja exigente demais
:47:31
	Talvez, como meu pai, ousado a mais
:47:34
	Talvez qu'eu seja como minha mãe
:47:38
	Nunca satisfeita
:47:42
	Porque gritamos um ao outro?
:47:44
	PRAIA DO MERCADOR DE VERONA
:47:45
	MATÉRIA TAL QUE SONHOS
DELA NASCEM
:47:47
	QUE ESTOIRE A TROVOADA
:47:57
	Assim soa tudo isto.