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PRIMAVERA DE 1968
- Já te deram a data de saída?
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O Nokes recebeu uma carta do Director.
Acenou-me com ela e depois rasgou-a.
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Quando calculas que é?
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No fim da Primavera
ou no princípio do Verão.
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Oxalá fossemos contigo.
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Seria tão bom sairmos juntos.
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É inútil pensar nisso. Vamos cumprir
um ano, nem uma hora menos.
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Quando sair, posso levar o Padre
Bobby a fazer uns telefonemas.
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- Tirar-vos um ou dois meses.
- Não há nada a dizer!
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Há muito a dizer.
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Talvez as pessoas agissem
se soubessem o que se passa aqui.
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Eu não quero que ninguém saiba.
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Nem o Padre Bobby,
o King Benny, o Mancho Gordo
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ou a minha mãe... Ninguém.
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Eu também não quero.
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Não saberia o que dizer
a quem soubesse.
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Não vejo ninguém
que precise saber disto.
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Ou não acreditavam
ou estavam-se nas tintas.
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Sim, acho que não devemos
dizer nada.
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Só nos resta viver com isto
e falar dificulta mais as coisas.
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Portanto, é melhor não falar.
A verdade fica connosco.
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Quero conseguir dormir uma noite
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sem pensar quem entra no meu quarto
e o que vai acontecer-me
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Se eu conseguir isso,
então serei feliz.
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Um dia, John... prometo.
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Eu estava na minha última hora
de recluso em Wilkinson.
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Tinha recebido quatro cópias
da ordem de soltura,
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a última recordação
do meu tempo em Wilkinson.