:32:00
	O processo é muito mais simples
do que pensa, Sr. Tappan.
:32:04
	É como tudo o resto: terras,
gado, bens hereditários, etc.
:32:08
	Gado?
:32:12
	Só se pode vender ou comprar escravos
:32:16
	se eles tiverem nascido escravos.
Numa plantação, por exemplo.
:32:21
	-Não tenho razão?
-Tem.
:32:24
	-E são?
-Como?
:32:27
	Escravos, nascidos numa plantação?
:32:30
	Não temos a certeza,
mas duvidamos muito.
:32:33
	Vamos supor que são.
:32:35
	Então, são haveres e não podem
ser julgados por homicídio,
:32:38
	tal como sucede
com uma estante ou um arado.
:32:41
	Mas, se não são escravos, é porque
foram ilegalmente adquiridos.
:32:45
	Esqueçam rebelião,
pirataria e homicídio.
:32:48
	São meras consequências.
:32:50
	Esqueçam tudo menos
o que é, de facto, importante:
:32:54
	a transmissão ilegal de bens
roubados. Não podemos perder!
:33:00
	Esta guerra deve ser travada
no campo de batalha da integridade.
:33:04
	No quê?
:33:06
	É contra os meus princípios
:33:08
	deixar que isto se transforme
num exercício caprichoso,
:33:11
	baseado em pormenores legais.
:33:14
	Não sei do que fala,
mas eu falo do aspecto crucial.
:33:17
	Também eu.
:33:19
	É nossa obrigação,
enquanto abolicionistas e cristãos,
:33:23
	salvar aquelas pessoas.
:33:26
	São pessoas e não gado.
:33:29
	Cristo teve um advogado para O salvar
com base em argumentos técnicos?
:33:33
	Não, deixou-se crucificar
com nobreza. E sabe porquê?
:33:36
	Para dar o exemplo.
:33:40
	E é o que nós temos de fazer.
:33:45
	Mas Cristo perdeu.
:33:49
	Não, nada disso.
:33:51
	-Sr. Joadson, quer ganhar?
-Bem, sim.
:33:54
	Eu cá quero. Às vezes só me
pagam os honorários se ganhar.
:33:58
	Trazendo-nos de volta à questão...