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O processo é muito mais simples
do que pensa, Sr. Tappan.
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É como tudo o resto: terras,
gado, bens hereditários, etc.
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Gado?
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Só se pode vender ou comprar escravos
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se eles tiverem nascido escravos.
Numa plantação, por exemplo.
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-Não tenho razão?
-Tem.
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-E são?
-Como?
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Escravos, nascidos numa plantação?
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Não temos a certeza,
mas duvidamos muito.
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Vamos supor que são.
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Então, são haveres e não podem
ser julgados por homicídio,
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tal como sucede
com uma estante ou um arado.
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Mas, se não são escravos, é porque
foram ilegalmente adquiridos.
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Esqueçam rebelião,
pirataria e homicídio.
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São meras consequências.
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Esqueçam tudo menos
o que é, de facto, importante:
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a transmissão ilegal de bens
roubados. Não podemos perder!
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Esta guerra deve ser travada
no campo de batalha da integridade.
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No quê?
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É contra os meus princípios
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deixar que isto se transforme
num exercício caprichoso,
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baseado em pormenores legais.
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Não sei do que fala,
mas eu falo do aspecto crucial.
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Também eu.
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É nossa obrigação,
enquanto abolicionistas e cristãos,
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salvar aquelas pessoas.
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São pessoas e não gado.
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Cristo teve um advogado para O salvar
com base em argumentos técnicos?
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Não, deixou-se crucificar
com nobreza. E sabe porquê?
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Para dar o exemplo.
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E é o que nós temos de fazer.
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Mas Cristo perdeu.
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Não, nada disso.
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-Sr. Joadson, quer ganhar?
-Bem, sim.
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Eu cá quero. Às vezes só me
pagam os honorários se ganhar.
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Trazendo-nos de volta à questão...