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Vim falar com
o Sr. Angus James.
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Veio?
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O livro, Angus, estará
ultrapassado em poucos anos.
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Romances, artigos, jornais,
será tudo por computador.
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-Devo parar de publicar livros?
-Não...
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mas temos que adaptar
a editoração à era electrónica.
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Perdão, senhores.
Mas tem um jovem por aí...
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que parece ter escrito um poema.
Um longo poema.
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E, na reunião do mês passado,
você destacou a necessidade...
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de procurarmos
poetas marginais...
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...em outras partes do nosso país.
-Eu disse isso?
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-Disse.
-Duas vezes.
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Certo, Laura.
Agende-o para o mês que vem.
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Certo.
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Então... como a revolução digital
vai-me ajudar a vender livros?
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Por que não posso vê-lo agora?
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Porque ele é um homem
muito importante, e...
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você não é.
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Seja razoável.
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Porquê?
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As pessoas não vão
preferir ler livros na TV.
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-Não é televisão...
-É interactivo.
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Olhe, temos gráficos aqui...
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Em cada lar dos EUA,
o computador substituirá a TV.
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Será uma conexão directa
com todas as formas de mídia.
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Uma transformação inédita
na vida social americana.
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Ficaremos melhor informados,
mais cultos e produtivos.
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E... bem, como eu falei,
tenho vários gráficos.
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Desculpem interrompê-los
de novo, senhores, mas...
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terei que chamar a segurança.
Mas antes devo perguntar...
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quão marginal a nova voz da poesia
americana precisa ser?
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-Bastante marginal, eu diria.
-E bem polémica, talvez.
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-O que acha dele?
-Foi denunciado pelo Conselho.
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Li sobre ele no jornal. Fica numa
roulote a escrever pornografia.