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aquele que me raptou
na minha própria casa
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e que, por fim, tentou matar-me.
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Eu violei as regras. Só eu.
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Nenhuma das outras mulheres ajudou.
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Se quer culpar alguém,
culpe-me a mim.
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É tudo o que tenho a dizer.
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Obrigada por levarem o meu recado
às famílias das desaparecidas.
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Espero que ajude um pouco.
Obrigada.
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-O que está a ouvir? Cães?
-Não.
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-Algum animal? É uma quinta?
-Não sei.
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Ouve o rio?
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Não.
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Ouço-o a ele... a sussurrar.
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O que diz ele?
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Sinto-lhe a boca no meu ouvido,
a respiração.
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Ele diz que me ama.
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Fale-me da cara dele.
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Dos olhos, da boca.
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Ele não tem cara.
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Uma máscara.
Usa sempre uma máscara.
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-Que tipo de máscara?
-Não consigo!
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-Qual é o aspecto dela?
-Vai mudando.
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Não consigo mostrar-lhe
que o odeio.
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Mas você foge.
O que vê durante a fuga?
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Não sei.
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Estou apenas a correr.
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Tenho as pernas pesadas
por causa das drogas.
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E estou perdida.
Percorro vários corredores.
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Há vários quartos.
Não sei para onde ir.
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-Ele está mesmo atrás de mim!
-Não está. Você foge.
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Como? Como é que saiu?