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Vais ter com a Jennie?
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Ela vai tratar de ti?
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Não vou voltar a essa treta.
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Treta?
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É o que isto tem sido?
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Sim, treta!
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Estamos a enganar quem?
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Sou cego.
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Não consigo ver.
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O meu lugar não é aqui.
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Não fui feito para ver.
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És mesmo cego!
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Estou aqui mesmo, junto de ti,
e tu nem notas.
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Por que estás a expulsar-me?
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Por que não me contaste?
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Sabes por que me lembrei
do algodão-doce?
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Porque é a única coisa boa
que associo ao meu pai.
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Depois de ficar cego,
ele tentou fazer de mim algo que não sou.
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Depois, fracassou e abandonou-me.
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Mas eu não vou abandonar-te.
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Prometi não o fazer, e não o farei!
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Não te peço isso!
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Peço-te que desistas
de me restituir a vista!
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Não querias algo mais da vida?
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Era só isso que eu queria dar-te.
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Achavas que ias tomar sempre
aquele autocarro, nas termas,
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para o resto da vida?
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Não tinhas sonhos?
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Não querias fazer mais?
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Tu tens tanto para dar de ti próprio.
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E tanto para me tirarem.
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Raios partam!
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A tua escultura!
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Lamento muito.
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Ambos não conseguimos
o que queríamos.
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Eu queria-te a ti.
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Alguma vez pensaste por um momento
que a operação podia falhar?
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Que talvez eu não voltasse a ver?