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Não é nosso inimigo.
- O espírito da floresta salvou-o?
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Poupou avida ao odioso pigmeu
e não a do Nago?
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Não é ele o guardião da floresta?
Porquê?!
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O espírito da floresta
concede e tira avida,
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avida e a morte pertencem-lhe.
Será que os javalis esqueceram?
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Mentes! Tu imploraste avida
dele ao espírito da floresta.
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Mas a do Nago não, calculo?
- O Nago temia a morte.
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Agora, também eu tenho dentro
uma bala humana envenenada.
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Nago fugiu, e as sombras
apoderaram-se dele;
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eu fico e contemplo
a minha morte.
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Mãe, pede à floresta
que te salve.
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Jávivi o suficiente, San.
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Em breve o espírito da floresta
deixar-me-á repousar para sempre.
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Sempre o defendeste,
agora tem ele de salvar-te.
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Não penses que nos enganas,
Nago era belo e forte,
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nunca teria fugido a nada.
Vocês, lobos, devem tê-lo comido!
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Calado, cuidado com o que dizes,
porco nojento!
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Deuses da montanha,
peço que me dêem ouvidos.
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Nago morreu longe daqui,
e fui eu quem o matou.
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Tinha-se tornado num demónio
e um dia atacou a minha aldeia.
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Se querem provas, vejam o sítio
onde me tocou na mão.
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Vim cá pedir ao espírito que
me livrasse da maldição de Nago.
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E ele curou o ferimento da bala,
mas a marca do demónio ficou.
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Que primeiro me dilacerá a alma
e depois matar-me-á.
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Até que enfim um javali
que ouve avoz da razão...
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Espera, Senhor Okkoto,
não o podes comer, por favor!
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És a filha humana da Moro?
Já ouvi falar de ti.