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Quem vivia naquela aldeia
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sabia o que era esperado
de cada um.
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Sabia o lugar que ocupava
no esquema das coisas.
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E caso ele fosse esquecido,
alguém logo lho recordava.
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Chegou o tempo da Quaresma.
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Um tempo, claro, de abstinência,
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e também, espero, de reflexão.
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Acima de tudo que seja
para nós um tempo...
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Um tempo de sincera penitência.
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É tempo para mostrar
quem somos...
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Naquela aldeia, se alguém via
qualquer coisa que não devia ver,
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sabia desviar o olhar.
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É tempo para Cristo; ao reflec-
tirem, Ele sabe em que reflectem.
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Se por acaso uma esperança
não era realizada,
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ninguém pedia o inatingível.
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... Ele sabe pelo que devem
ser perdoados.
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Portanto, neste ano
de Nosso Senhor de 1959...
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Tanto nos bons
como nos maus momentos,
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nos de carência ou abundância,
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os aldeãos mantinham-se firmes
nas suas tradições.
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Até que, num dia invernoso,
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um vento manhoso soprou do Norte.
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Onde encontramos a verdade?