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Todos me dizem
que tenho sorte em estar viva.
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Sei que é a altura de dar sentido
e valor à minha vida.
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Mas temo ser apenas uma sonhadora
que não tem coragem de mudar.
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Mas há sempre o Ema.
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Pelo menos nisso tive sucesso.
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Estava por perto.
Na reparação de uma ponte em Treviso.
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Entra.
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Se não incomodar.
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Não, claro que não.
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Deve ser óptimo
regressar finalmente a casa.
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Ele voltou a casar.
Acho que estão nos EUA.
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E mantém o contacto com o Emanuele?
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Nem sequer quando éramos casados.
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Então voltaste a viver aqui?
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Pareceu-me o mais fácil.
Tomo conta das coisas da minha mãe.
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Ela anda sempre atarefada,
entre o museu e a universidade.
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E gosto de estar em casa, à espera do Ema.
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Quando ele chega da escola.
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Olha o Lago Rudolf. És tu?
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Sou eu.
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O meu pai passou muito tempo em África,
quando era mais novo.
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Quis que eu visse
todos os lugares que ele adorava.
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Administrei lá um rancho
com o meu irmão.
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A sério?