:04:03
Até o médico disse: Com aquela
bronquite, precisa tomar sol.
:04:08
Ele tem 15 anos, mãe.
Não posso trazê-Io à força.
:04:11
Ainda é um menino.
Precisa de alguém que cuide dele.
:04:15
E que lhe prepare um prato quente
quando chega da escola.
:04:17
Ele tem o prato quente,
a roupa lavada e passada.
:04:20
E o quarto arrumado também,
sem mexer um dedo.
:04:23
Não é preciso apenas isso
na vida, Luigi.
:04:26
Matteo não precisa de nada, mãe.
Esse é o problema dele.
:04:30
- Você foi visitar papai?
- Vou hoje à tarde.
:04:36
Desde que mataram a mãe dele...
:04:39
aquele menino está aqui todos
os domingos. Não falta nunca.
:04:44
- Quem é?
- O filho de Antonietta Franconeri.
:04:48
Aquela que levou tiros
no verão passado.
:04:51
O pai dele já estava na cadeia.
Puseram o menino num internato.
:04:55
Com padres.
:04:57
- Esse não era o sobrenome da vovó?
- Por isso estou contando.
:05:00
Ele é neto da tia Franca.
:05:11
Rosario.
:05:14
Sou Luigi Guarnieri, o filho de
Rosa. Queria dizer que lamento.
:05:18
Se eu puder fazer alguma coisa...
:05:22
- Em que ano está?
- Estou fazendo supletivo ginasial.
:05:26
Muito bem. E depois?
Vai procurar emprego?
:05:30
Quero continuar a estudar.
Quero fazer o colégio normal.
:05:33
Colégio normal?
Eu também fiz. Mas era puxado.
:05:37
De tarde eu trabalhava como
pedreiro com meu tio.
:05:40
Estudava só à noite.
:05:42
Não adianta, nossa sina
é sempre trabalhar dobrado.
:05:46
- Eu gosto de estudar.
- Claro.
:05:49
- Só que acho sua escolha difícil.
- Posso fazer o que eu quiser.
:05:53
E não devo satisfações a ninguém.
Agora, com licença, preciso ir.
:05:58
Boa tarde.