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a família na manhã do dia de Natal
sem uma palavra de aviso?
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- Diz-me, Jack!
- Não sei.
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Queres parar de gritar comigo?
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- Onde foste?
- Fui à cidade.
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À cidade?
À cidade de Nova Iorque?
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- Sim.
- Porquê?
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Moro lá.
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- Não comeces, Jack.
- Escuta, tu não compreendes.
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Acordei hoje de manhã aqui.
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Isto é muito estranho porque...
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... esta não é a minha casa.
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Aqueles miúdos não são meus.
Eu não sou o "papá".
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Não sou papá.
Tu não és minha mulher.
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Jack, desta vez não tem piada.
Eu estou mesmo fula.
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Fula a valer! Estou a falar a sério.
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O que é isso?
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Gosto. Obrigada, papá.
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Isso é meu. Preciso disso.
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Ela levou a minha campainha.
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Perdeste tudo.
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As panquecas e os presentes.
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Passaste 6 horas de volta
daquela bicicleta
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e nem chegaste a ver a cara
da Annie quando rasgou o embrulho.
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Perdeste o Natal, Jack.
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Desculpa.
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Seja como for,
não há tempo para isto.
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E pelo menos estás bem.
Eu estou bem, estamos os dois bem.
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Mas temos de nos vestir para
a festa dos Thompson.
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E não vais assim,
por muita graça que achas.
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Festa? Eu não vou a festa nenhuma.
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Passas o ano inteiro à espera dela.
O que é que te deu hoje?