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Não.
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O nosso casamento acabou.
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E mesmo que eu quisesse
uma reconciliação, que não quero,
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haveria sempre
um outro obstáculo entre nós.
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Que outro obstáculo?
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Ele quer matar-me.
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Porquê?
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Você é um homem bom.
Por dinheiro.
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Você...
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... é rica?
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O dinheiro que Lazlo Gogolak nos deu
como prenda de casamento...
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Só que não era uma prenda.
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Lazlo deixava o dinheiro connosco
para o esconder dos agentes federais.
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- Quanto era?
- Dez milhões de dólares.
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- É uma pipa de massa.
- O dinheiro só podia ser levantado
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com as assinaturas do Jimmy,
do Janni e minha.
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E não havendo as três assinaturas,
seriam precisas duas
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e uma certidão de óbito.
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- Ou uma assinatura e...
- Duas certidões de óbito.
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- Por isso o Jimmy quer matá-la.
- Não esqueçamos o Janni.
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- E ele fica com o dinheiro todo.
- Todinho.
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E se eu lhe dissesse
que você não quer o dinheiro?
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Eu disse-lhe. Não quero um tostão.
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Mas ele sabe que eu não quero estar
casada e não admite o divórcio.
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- Mas admite o assassínio.
- É o que ele faz.
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Comigo, dez milhões não chegariam.
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Quanto aceitaria
para matar a sua mulher?
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Falo de si.
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- Eu, então. Qual é o seu preço?
- É o que eu estou a dizer.
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Acho-a a coisa mais linda
que vi na minha vida
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e nem acredito que o diga
em voz alta.
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- É o scotch a falar.
- Não, sou eu.
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Passei os últimos sete anos
da minha vida
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à espera que algo acontecesse.
Nem eu sabia o quê...
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Até que você surgiu na casa
do Janni Gogolak.
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Desculpe. Embaracei-a.