:45:01
- E não deve ter emagrecido muito.
- Michéle! Michéle!
:45:05
- O que foi?
- O que estás a fazer?
:45:07
Não se pode fumar? Peço imensa
desculpa, Simon, não sabia.
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- Não faz mal.
- Michéle, é o castiçal Hannukah!
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- Desculpa, Pai.
- Não!
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Hannukah!
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Peço imensa desculpa, Simon.
Desculpe, Régine.
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- Foi sem querer.
- Eu apago-o.
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Não é essa a questão,
não o devias ter acendido.
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- Não faz mal...
- Sim, mas...
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A vitória dos judeus sobre os gregos
no século ll, eu sei isso...
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O candelabro com sete hastes,
a menorah, a festa da luz,
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o milagre do frasco de óleo...
Mas não o reconheci.
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Sabe imensas coisas!
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Onde aprendeu isso tudo?
Sabe mais do que nós!
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- Não vi quando acendeu as velas...
- François! François, querido!
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- Sentes-te bem?
- Sim, Mãe.
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- De certeza?
- Sim, Mãe!
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Michéle!
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- Michéle!
- O que foi?
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Fizeste de propósito?
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Censuras-me por não ser judia
mas nem sequer és judeu!
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- Não sou judeu?!
- Não.
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- Então sou o quê?
- Nada.
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Não acreditas em nada,
nunca vais á sinagoga,
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e na última sexta-feira vi-te comer
uma sandes cheia de fiambre.
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Chamas a isso ser judeu?
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Pára, se é para ouvir
disparates desses, nem vale a pena.
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E nem sequer era fiambre, era peru.
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Não tens nenhuma
luz espiritual, é isso.
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Nem um pouco.
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Por isso, é claro que te impressiono.