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O Luther ficou um instante calado
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a observar
o meu pequeno bispo de cabeção.
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Hansel.
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Deves gostar de doces.
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Gosto de Gummi Baerchen.
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O gosto era completamente diferente
do dos Gummi Bears, mas familiar.
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Aqueles eram
muito mais doces e suaves.
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Sinto-me tão optimista.
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De repente, percebi
qual o sabor que tinha na boca.
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Era o gosto do poder.
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Caramba, Hansel!
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Custa-me a acreditar
que não sejas uma rapariga.
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És tão elegante.
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Fica com o saco.
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Ele procurou na minha cara
indícios do seu destino.
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A sua expressão encontrou eco
em resmas de pequenas caras
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encostadas ao plástico transparente;
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caras arquejantes
das mais díspares cores, credos
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e de origem não ariana,
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embaciando o saco tal qual
as janelas de um balneário polaco.
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Cambaleei nu pelas ruínas, de volta
a guloseimas menos complicadas,
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deixando à minha passagem
uma mortandade da cor do arco-íris.
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No dia seguinte,
segui o rasto em sentido inverso
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e descobri um "Milky way",
uma barra de gelado com bolacha,
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alguns "Pop Rocks"
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e um rebuçado
de tamanho gigante chamado Luther.