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Desde que comecei o meu trabalho
já recebi cinco jovens como tu.
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Rápidos, jovens... como tu.
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Quatro morreram.
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O último mesmo nos meus braços.
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Antes de o meu tempo acabar,
gostaria de mandar um vivo para casa.
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Vou buscar ligaduras e desinfectante.
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- Precisas de ajuda?
- Não.
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Tenho alguma experiência.
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E enquanto essa ferida estiver aberta,
mais riscos de infecção corres.
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E, depois, estás tramado.
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Uma vez tive um arranhão que ignorei.
Deixei andar uns dias.
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- Acabou por infectar e...
- Está bem!
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Mas só para a coser.
Depois sais. Certo?
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Ele não gosta que eu fique lá fora?
O teu tio...?
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Não o censuro. Se fosse a ele,
também não me queria aqui.
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Isto vai doer...
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Acredita,
se tivesse outro sítio para ir, iria.
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Mas todos os bons sítios
são ocupados pelas outras.
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E nem imaginas o dinheiro
que algumas destas miúdas ganham.
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Sabes quanto ganham por dia?
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- Não sei.
- Adivinha.
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- Não posso.
- Claro que podes. Pensa num número.
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- Cinco. Cinco?
- E que tal vinte e cinco?