Moulin Rouge
anterior.
apresentar.
marcadores.
seguinte.

:05:01
Na colina perto de Paris
ficava Montmartre.

:05:05
- Não era, como o meu pai tinha dito,
- Uma terra de pecado!

:05:09
Mas o centro do mundo boêmio...
:05:11
Músicos, pintores, escritores,
:05:14
eram conhecidos como
"os filhos da revolução".

:05:18
Sim. Tinha vindo para levar uma
existência sem dinheiro.

:05:22
Tinha vindo para escrever
sobre a verdade, a beleza, a liberdade,

:05:25
e no que acreditava, acima de tudo...
o amor.

:05:28
Sempre essa obcessão
ridícula pelo amor!

:05:32
Havia apenas um problema...
Eu nunca tinha amado.

:05:36
Por sorte, nesse preciso momento,
:05:38
um argentino inconsciente
caiu-me do tecto,

:05:44
a ele se vindo juntar, logo a seguir,
um anão vestido de freira.

:05:47
Como está?
:05:49
Chamo-me Henri Marie Raymond
Toulouse-Lautrec Monfa.

:05:54
- Como?!
- Peço imensa desculpa por isto.

:05:56
- Estávamos, lá em cima, a ensaiar.
- O quê?

:05:58
Uma peça. Algo de muito moderno
chamado "Espetacular Espetacular"

:06:03
- E a ação decorre na Suiça.
- Infelizmente, o argentino inconsciente...

:06:06
sofria de uma maleita
chamada narcolepsia.

:06:09
Impecável, e, de um momento
para o outro... inconsciente!

:06:11
Como é que ele está?
:06:14
Lindo. Era só o que faltava.
O argentino narcoléptico está inconsciente.

:06:17
Assim, não vamos conseguir apresentar,
amanhã, a peça terminada ao patrocinador.

:06:20
Ele tem razão, Toulouse.
Ainda tenho de acabar a música.

:06:23
- Arranja alguém para fazer o papel.
- Onde é que iremos desencantar alguém...

:06:26
para o papel de um pastor suiço,
jovem e sensível?

:06:30
Antes que me desse conta,
estava no andar de cima,

:06:32
a substituir o argentino inconsciente.
:06:35
As colinas animam-se
:06:37
Com a canção eufônica das sinfonias
:06:43
Oh, parem, parem!
Parem, parem, parem, parem!

:06:45
Parem-me com esse chinfrim insuportável.
Está-me a afogar as palavras.

:06:48
Não nos podemos ficar apenas
por um piano decorativo?

:06:51
Parecia haver incompatibilidades artísticas
entre os poemas de Audrey e as canções de Satie.

:06:54
Não me parece que uma freira
dissesse isso acerca de uma colina.

:06:56
E se ele cantasse "As colinas são vitais,
para afinar a canção"?

:06:59
- Não, não. As colinas tremem e abanam.
- Não, não, não, não. As colinas...


anterior.
seguinte.