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Isso não é verdade, e tu sabes.
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Boa. Lá vem ele.
Mete-te debaixo da cama, depressa.
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Que faz aí?
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Alongamentos.
Pratico ioga.
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Então, ele voltou enquanto saí?
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Não.
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Sorte a dele. Mas digo-lhe uma coisa.
Se ele aparecer, está feito.
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- Nem acredita nas provas.
- Que provas?
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Já sabe das marcas dos dentes?
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Agora, têm uma tesoura.
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Alguém a mandou pelo correio.
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Uma tesoura?
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Ele usou-a para espetar a mão
do seu irmão.
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Encontraram sete impressões digitais
bem nítidas.
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Tesoura? Não me contaste isso.
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Mais o facto de o tipo vender drogas
do consultório.
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Esqueça. Ele não tem salvação.
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Esta cama é mesmo boa.
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Dá uma boa razão para não gritar
e acordar aquele gordo inútil.
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- Porque sabes a verdade.
- A verdade? E as outras provas?
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- Donde veio a tesoura?
- Francamente, não sei.
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- Espetaste-lha?
- Mas só na mão. Ajudas-me, ou não?
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És incrível.
Por que havia de ajudar?
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Porque gostas de mim. E mais ainda,
porque estás cansada desta vida.
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De mentiras e roubos para arranjar
droga. E isso que queres?
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- E vais salvar-me disso?
- Exacto.
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Acorda. És procurado.
Vão perseguir-te até te caçar.
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- Não vão, porque me vais ajudar.
- Olha para mim.
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Olha bem para mim.
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Nem sou capaz de me ajudar a mim.
Como posso ajudar-te?