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Springsteen
é como um mecânico poeta.
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Sentimos-lhe o suor na voz,
a fuligem na guitarra...
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Quando ele canta,
vejo ruas fumegantes,
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amantes de mãos entrelaçadas,
pára-choques amolgados.
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Vejo-lhe as unhas sujas
e a clarividência no olhar.
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Caramba, não dormes hà dias!
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Antes, escrevia perfeitamente.
Sei que voltarei a fazê-lo.
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As suas palavras forjam uma história
para nos alimentar o cérebro,
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mas a guitarra e a voz
vão-nos direitas ao coracão.
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A música sai-lhe dos interiores
sob a forma de luta ruidosa.
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Porra!
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Ela continua a não dormir!
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Lizzie!
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Não sei como dizê-lo,
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mas comecas a cheirar mal.
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Isto é importante.
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Não é tão importante como
a tua saúde. Tens de dormir.
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Deixa-me em paz, porra!
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Tenho de acabar isto!