Prozac Nation
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:36:00
Também não quero falar
da minha infância.

:36:05
Não sei o que faço aqui.
:36:08
Queres arriscar-te a adivinhar?
:36:13
Não consigo escrever.
:36:16
Escreves sobre o quê?
:36:18
Escrevo contos, poemas, artigos...
:36:22
Tenho uma bolsa de jornalismo.
:36:27
Escrevo desde que me lembro.
É fundamental

:36:31
Hà quanto tempo deixaste de escrever?
:36:35
Hà cerca de um mês.
:36:37
Lembras-te da primeira coisa
que escreveste?

:36:40
Um poema.
:36:43
- Sobre o quê?
- Sobre o meu pai.

:36:46
Lembras-te do que dizia?
:36:47
Jà lhe disse,
não quero falar da minha infância.

:36:53
Sinto-me estúpida, a fazer terapia.
:36:56
Hà imensa gente
com infâncias bem mais difíceis.

:36:59
Não falamos delas,
estamos a falar de ti.

:37:02
Perspicácia não lhe falta.:
realmente o problema sou eu.

:37:08
Receio fazer terapia,
:37:10
mas também receio não a fazer.
:37:13
Até receio que a Dra Sterling não me
ache suficientemente interessante.

:37:16
Só penso que...
se pudesse ser normal,

:37:19
se conseguisse levantar-me de manhã,
acabaria tudo por se compor...

:37:23
O que é para ti ser normal?
:37:27
Quando os outros se cortam, põem
um penso-ràpido e seguem em frente.

:37:31
E tu, que fazes?
:37:33
Eu continuo a sangrar.
:37:35
Então normal é tratar das feridas
e seguir em frente?

:37:41
Não é isso que é ser funcional?
Não é assim que se deve viver?

:37:45
Continuamos,
aconteça o que acontecer.

:37:48
É assim que queres viver?

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