Prozac Nation
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:35:02
As pessoas querem ajudar-te.
Eu também, mas não sei como.

:35:06
De momento,
dispenso os lugares-comuns.

:35:11
Està bem.
:35:12
Caramba, ouçam-me só!
:35:16
Só vejo o lado negro das coisas.
:35:20
Coitada da Ruby.
:35:21
Destruo-lhe a alegria.
:35:23
Olhem para a carinha dela,
triste e desencorajada.

:35:26
Não sei o que dizer.
:35:30
Que tal.: "Merda!
Chamem um psiquiatra!"

:35:43
Esta é aquela parte à Freud
em que nenhuma de nós diz nada

:35:48
e de repente diz: "obviamente,
queres dormir com o teu pai".

:35:53
Devo então presumir
que não queres dormir com ele?

:36:00
Também não quero falar
da minha infância.

:36:05
Não sei o que faço aqui.
:36:08
Queres arriscar-te a adivinhar?
:36:13
Não consigo escrever.
:36:16
Escreves sobre o quê?
:36:18
Escrevo contos, poemas, artigos...
:36:22
Tenho uma bolsa de jornalismo.
:36:27
Escrevo desde que me lembro.
É fundamental

:36:31
Hà quanto tempo deixaste de escrever?
:36:35
Hà cerca de um mês.
:36:37
Lembras-te da primeira coisa
que escreveste?

:36:40
Um poema.
:36:43
- Sobre o quê?
- Sobre o meu pai.

:36:46
Lembras-te do que dizia?
:36:47
Jà lhe disse,
não quero falar da minha infância.

:36:53
Sinto-me estúpida, a fazer terapia.
:36:56
Hà imensa gente
com infâncias bem mais difíceis.

:36:59
Não falamos delas,
estamos a falar de ti.


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