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Em breve, os actores aperceberam-se:
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"Sim, não corremos perigo. "
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Passámos por muito juntos.
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Travámos muitas batalhas.
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Vencemos grandes vitórias.
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Agora, em vez de embarcarmos
rumo a nossa casa. . .
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. . .devemos voltar a combater.
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Talvez não exista paz, neste mundo.
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Nem para nós, nem para mais ninguém.
Não sei.
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Mas uma coisa é certa:
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enquanto formos vivos,
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devemos permanecer fiéis
a nós próprios.
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A sua grande virtude era. . .
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. . .o facto de ser o único filme
do género em que Jesus não entrava.
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Não havia o menor traco de
cristianismo no Spartacus.
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Existia fé, mas não cristianismo.
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O Kirk queria ser reconhecido pela sua
coragem, eu seria o primeiro a fazê-Io.
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Fazer um filme daqueles sem
Jesus Cristo, mas com o Kubrick. . .
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. . .só por si era uma proeza.
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Eram ambos temperamentais.
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Nenhum era capaz de ceder
um centímetro. . .
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. . .e daí resultava uma certa tensão.
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Ele não se sentiu à vontade,
durante a rodagem do filme.
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Não só por causa do Kirk.
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Devia-se ao facto de não ter direitos
sobre o argumento.
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Todas as coisas às quais ele se tinha
habituado, e tinha conquistado. . .
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. . .ele não teve, neste caso.
Não teve voto na matéria.
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O Stanley não estava contente
por estar a lidar. . .
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. . .com a estrela que era o produtor
e controlava a produção.
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Houve ocasiöes. . .
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Louis C. Blau
Advogado de Kubrick
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. . .em que ele achou que as coisas
deviam ser feitas de outra forma. . .
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. . .mas devido ao facto
de ser o Kirk quem mandava. . .
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. . .era tudo feito como o Kirk queria.
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Não digo que o Kirk
tivesse ou deixasse de ter razão. . .
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. . .mas o Stanley disse:
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"A partir de agora,
quero fazer filmes. . .
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. . .sobre os quais tenho controlo
absoluto. "
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A primeira estreia no estrangeiro
do filme épico da Ul, Spartacus...