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Queria que a roupa se mexesse
e tivesse vida.
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Milena Canonero
Criadora de Guarda-roupa
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Queria fazer algo rememorativo
de certos pintores da época.
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O Stanley mandou-me a várias casas
de leilão que vendiam. . .
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. . .roupa da época, para a misturarmos
com a outra.
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O Stanley queria tecidos lindos
e disse com toda a razão:
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"É por isso que os quadros
emanam aquela luz maravilhosa. "
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Toda a gente descreve Barry Lyndon...
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. . .como um lindíssimo filme
do século XVIII.
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Deve-se à forma como foi filmado, à
forma como nos obrigava a trabalhar.
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Como artista. . .
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. . .uma pessoa cria instintivamente. . .
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. . .para justificar intelectualmente. . .
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Ken Adam
Responsável de Produção
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. . .a criatividade. . .
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. . .é muito difícil.
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Penso que o mesmo se aplica
aos actores.
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Embora conhecesse e respeitasse,
com certeza, os actores. . .
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. . .alterava os papéis. . .
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. . .quase até ao ponto de ruptura.
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Lembro-me. . .
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. . .de chegar ao local de filmagem um
dia e de encontrar mil velas acesas.
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Lá fora, estava uma tempestade
enorme. . .
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. . .e estavam homens lá fora que, por
causa da tempestade, tinham de pegar. . .
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. . .em grandes holofotes.
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Houve ventos fortíssimos em Dublin,
chovia e estava imenso frio.
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Pensei: "Espero que não tenham
de ficar ali durante muito tempo. "
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As velas iam-se gastando aos poucos.
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O Stanley estava ali sentado,
com o Hardy Krüger. . .
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. . .a discutir um problema
que o Hardy tinha e dizia:
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"Bem, Hardy, acho que devíamos. . . "
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Krüger, penso eu, também estava
a ficar nervoso.
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Foi interessante. Não perdeu a
compostura, nem levantou a voz.
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Tinha jeito para lidar com os actores.
Estabelecia uma relação próxima.
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"Lord Bullingdon"
em "Barry Lyndon"
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Estabelecia-se uma relacão
com o director.