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Lembro-me de ter brincado comigo,
"Que estás a fazer?"
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Eu disse: "É óptimo ter-te cá, Sydney.
És perfeito. "
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Filmámos a cena num dia.
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Depois, complicou-se.
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Claro que, no dia seguinte. . .
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. . .o Sydney apareceu. . .
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. . .vestido.
Tinha as mangas arregaçadas.
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Tinha vestido as calcas.
Decorou o diáIogo da longa cena.
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Ele disse: "Vamos rever o diáIogo.
Vamos, Cruise.
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Eu tenho de ir-me embora.
Só tenho uma semana.
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Vamos aperfeiçoar isto
e vai ficar fantástico. "
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Estávamos a filmar a cena
em que eu entro na sala. . .
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. . .e o Sydney diz:
"Como queres que eu faça isto?"
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O Stanley disse:
"Vamos experimentar, e logo se vê. "
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"Eu posso dirigir-me depressa
para a porta. " "Vamos ver. "
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Ele disse: "Agora, abre a porta.
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Foi rápido de mais. "
"Então, vou mais devagar. "
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Comecámos a cena assim e. . .
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Na terceira semana,
na sala de bilhar. . .
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. . .eu disse: "Meu Deus. Como? Como?"
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Claro que o Stanley disse: "Pensei
que não demorasse muito mais.
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Não queres que fique perfeito?"
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Há muita gente, no cinema, que. . .
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Dizem-se perfeccionistas.
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É um eufemismo para "chatos" .
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O Stanley foi o primeiro
perfeccionista verdadeiro que conheci.
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Era impossível convencê-Io. . .
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. . .a filmar menos takes.
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Ele não cedeu um milímetro.
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As expectativas eram enormes,
cada vez, em relação a ele.
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Ele não podia simplesmente
fazer um filme.
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Tinha de ser um filme espectacular. . .
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. . .por haver muita gente à espera
do próximo filme de Kubrick.
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Tinha de ser um acontecimento. Ele
sentia o peso da responsabilidade.