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Jovens virgens.
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Seres puros.
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E é por isso que as compravam?
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Para que mais havia de ser?
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Não havia nada de sexual?
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De sexual?
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Esses homens não se interessavam
por isso. Posso garantir.
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Tratava-se de estética, de elegância.
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De uma obra que não devia
ser afectada pelo tempo.
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E esse homem, essa máscara,
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quem era?
- O Alquimista.
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Quem?
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O Alquimista.
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Diz-se que vagueia no bairro
do Templo.
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Que toma o rosto das suas vítimas
graças ao seu espelho.
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Não te rias.
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Ele possui o elixir da juventude,
disso não há dúvida.
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E tinha necessidade dessas virgens
para preparar o elixir.
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Minha senhora, este veneno
deu-lhe volta ao miolo.
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Não sei por que é que a ouço.
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Porque estás morto de medo.
Como eu, como o Ernest.
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Como todos nós!
- Está a delirar.
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Desconfia da máscara.
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Se o teu reflexo passa para
o interior, estás perdido.
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A tua alma está perdida.
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É louca.
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As semanas passaram.
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Ernest e os outros continuaram
a entregar virgens, muitas virgens.
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Drogavam-nas para adormecê-las.
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Eu quis parar com aquilo.
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Sim, quis parar com aquilo,
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mas o ópio era mais forte
do que tudo.
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Ernest estava devorado
pelo remorso.
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Uma noite, decidiu que bastava.