Waking Life
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O MOMENTO SAGRADO
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O cinema, na sua essência,
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trata a reprodução da realidade,
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que é como a realidade
é hoje reproduzida.

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E pode parecer um meio
de contar histórias, na verdade.

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Mas sente-se que...
um filme...

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como... como a literatura
é melhor para contar uma história.

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Se contares uma história
ou mesmo uma anedota...

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"Um tipo entra num bar
e vê um anão."

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Funciona muito bem porque
imaginas o tipo e o anão naquele bar.

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É um acto imaginativo.
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No cinema, não tens isso porque
estás a filmar um tipo específico...

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num bar específico
com um anão específico...

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com uma altura específica, e com
um determinado aspecto, não é?

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Ora, para Bazin, a ontologia
do filme tem de lidar...

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tem de lidar com, tu sabes, com...
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- A fotografia também tem uma ontologia,
- Exacto.

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só que lhe junta essa dimensão temporal...
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e um muito maior realismo.
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Assim, trata-se daquele sujeito...
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naquele momento,
naquele espaço.

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E Bazin, como um cristão...
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tende a acreditar...
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em Deus, obviamente...
e todas essas coisas.

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Para ele, realidade e Deus
são a mesma coisa.

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Por isso, o que o filme realmente captura
é Deus reencarnado a criar.

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Como se Deus se manifestasse assim,
neste mesmo instante.


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