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Em vez de o evitar, como disse
que faria habitualmente,
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dirigiu-se a ele e perguntou-lhe,
"Posso ajudá-lo nalguma coisa?"
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E o tipo respondeu,
"Sim. Fiquei sem gasolina."
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Ele puxou da carteira e estendeu-lhe
algum dinheiro, o que disse que nunca faria.
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Depois voltou para casa e
pensou, "Espera aí.
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O tipo não consegue chegar
às bombas. Está sem gasosa."
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Por isso volta para o carro. Encontra
o tipo e leva-o à estação de serviço.
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E, quando estava
a chegar às bombas,
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apercebeu-se,
"Isto também está no meu livro.
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Estas bombas.
Este tipo. Tudo."
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O episódio é assustador, não é?
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E conta ao padre o acontecido,
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explicando como escreveu o livro,
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e como, quatro anos depois, todas
aquelas coisas lhe tinham acontecido.
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E quando acabou, o padre disse-lhe,
"Isso é o 'Livro dos Actos'.
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Está a descrever o 'Livro dos Actos'."
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E ele diz,
"Eu nunca li o 'Livro dos Actos'."
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Por isso, vai para casa e lê-o,
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e tudo lhe é... familiar.
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Até os nomes das personagens
são os mesmos da Bíblia.
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O 'Livro dos Actos' ocorre em 50 d. C.,
ano em que, supostamente, foi escrito.
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Então Philip K. Dick
formulou essa teoria...
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acerca do tempo ser uma ilusão,
e de ainda estarmos em 50 d. C.
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E a razão porque escreveu o tal livro...
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é que, de algum modo,
ele teria atravessado, pela ilusão,
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esse véu temporal.
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E o que viu foi o que estava
a acontecer no 'Livro dos Actos'.
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Ele estava mesmo empenhado
no Gnosticismo,
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e nessa ideia de que
esse demiurgo, ou demónio,
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tinha criado essa ilusão do tempo
para nos fazer esquecer...
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que Cristo está para regressar...
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e que o advento do reino
de Deus se está para dar...
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e que estamos todos em 50 d. C., e que
há alguém a tentar fazer-nos esquecer...
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que... que Deus está iminente.
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É isso que define o tempo e a história,
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esta espécie de distracção
ou devaneio contínuos
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Acabei de ler isto e pensei,
"Que estranho."
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E, nessa noite, tive um sonho.
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Havia um tipo que parecia um vidente.
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Eu estava céptico.
"O gajo não é um verdadiro vidente."
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pensava eu com os meus botões.
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E então, de repente,
comecei a flutuar,