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Estamos em 1968.
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Estava a jogar snooker,
quando de repente entra o Charlie Gordo.
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Não que ele fosse gordo, porque não era.
Era muito magro.
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Chamavam-lhe gordo
porque a mãe dele era gorda.
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Era assim que o distinguíamos
do outro Charlie, o Charlie Magricela.
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Este era gordo, mas era tarde demais
para trocar os nomes.
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Ele disse-me:
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Vai falar com o Freddie Mays.
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Com os diabos! O meu coração batia forte.
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O Freddie Mays.
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Freddie Mays, "O Carniceiro de Mayfair".
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Ele era uma lenda.
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Tinha matado um polícia em Bethnal Green
e não lhe acontecera nada!
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É assim que se chega ao topo:
Mata-se um bófia corrupto. Dá nas vistas.
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Depois disso, o Freddie era rei.
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Que casa!
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O raio de um palácio.
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Ele entrou.
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Lá estava ele, com uns sapatos italianos
de pele feitos à mão e meias de seda.
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O fato? Façam-me um favor.
O homem tinha classe. Uma elegância.