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Quer dizer que talvez os médicos
soubessem disto
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e pudessem tê-lo tratado?
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Quem sabe? Eu sei lá, John.
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Não me leve a mal,
mas vocês são todos uns charlatães.
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- Vocês estão a especular.
- E aquela coisa que vocês fazem?
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- A coisa?
- A promessa. Como lhe chamam?
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- O Juramento de Hipócrates.
- Parece mais um juramento hipócrita.
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Como é que é, Sr. Doutor?
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"Juro solenemente cuidar
dos doentes e dos moribundos"
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"desde que tenham
um bom seguro de saúde."
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Exacto. É isso mesmo.
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Tem graça,
mas não anda longe da verdade.
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Essas merdas
estão sempre a acontecer!
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A ambulância traz
uma vítima de acidente
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e quando a contabilidade descobre
que o seguro não cobre, despacham-no!
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Os hospitais não podem recusar-se
a tratar as pessoas!
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- Isso não é ilegal?
- Claro,
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mas também é possível contornar
a lei; basta estabilizar o paciente.
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Depois disso,
sabe bem que não podem atacar-nos.
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- As coisas não são assim.
- São tal e qual assim!
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Talvez não sejam assim no 5 andar,
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mas aqui, quem não tem dinheiro,
leva um penso e um chuto no cu!
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Cale-se. Isto já foi longe demais!
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Estou farto das vossas lamúrias!
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Se quiserem considerar-me
uma sanguessuga, façam favor.
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Eu posso fazer o papel de mauzão!
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Mas quem está a empunhar a arma?
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Tenente!
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- Está?
- Está.
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John, fala o Frank Grimes.
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Desviámos a linha. Se pegar
no telefone, respondo eu, está bem?
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Que posso fazer por si?
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Que se passa com a lista?
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Estou a tratar disso,
mas preciso de tempo.
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Tempo é coisa que não tenho.
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- Vamos falar dos reféns.
- Falemos. Que quer saber?
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- Que se passa aí? Como estão eles?
- Estão muito bem, estão saciados.
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Estivemos a comer chocolates
e a discutir os seguros médicos.
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Estamos aqui à espera
que resolva o problema.
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- Quero que deixe sair alguns.
- Porquê?
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Como prova de boa vontade.
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Há aqui muita gente nervosa, John.
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Ficávamos todos mais descansados
se víssemos umas carinhas felizes.