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De certo modo, pus todo
o meu romantismo naquela noite
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e nunca mais consegui
sentir o mesmo.
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É como se aquela noite levasse
todos os meus sentimentos,
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eu expressei-tos, e tu
levaste-os contigo.
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Isso fez-me sentir fria,
como se o amor não fosse para mim.
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Não acredito nisso.
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Sabes, a realidade e o amor
são quase contraditórios para mim.
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É curioso, cada um dos meus ex
estão agora casados.
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Os homens andam comigo, separamo-nos
e depois eles casam.
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E, mais tarde, telefonam-me a agradecer
ter-Ihes ensinado o que é o amor,
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o que é preocuparem-se com as mulheres
e respeitá-las.
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- Eu acho que sou um deles.
- Apetece-me matá-los!
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Porque não me pediram em casamento?
Eu teria recusado, mas tinham pedido.
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Mas eu sei que a culpa é minha porque
nunca senti que era o homem certo.
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Mas o que significa o homem certo?
O amor da tua vida?
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O conceito é absurdo. A ideia de que só
podes estar completa com outra pessoa
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- é errada.
- Posso falar?
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Acho que fui magoada, demasiadas
vezes, e depois recuperei.
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E agora, desde o início, não faço
o menor esforco.
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Sei que não resultará.
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Não podes viver a vida
tentando evitar a dor
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- à custa de...
- Isso são palavras.
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Eu tenho de me afastar de ti.
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- Pare o carro. Eu quero sair.
- Não saias.
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Continuemos a conversar.
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Não me toques.
Quero apanhar um táxi.
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Não, não. Siga.
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Obrigado, siga.
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Ouve, eu estou tão feliz
por estar contigo.
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Estou tão contente
por não me teres esquecido.
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Não, não te esqueci.
E isso irrita-me.
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Vens a Paris, todo romântico
e casado.
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Vai-te lixar.
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Não me interpretes mal.
Não tento envolver-me contigo.
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Só me faltava um homem casado.
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E já lá vai tanto tempo...
Já não és tu,
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é esse momento
que desapareceu para sempre.
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Dizes tudo isso mas nem te lembravas
de termos feito amor.
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Claro que lembrava.