:14:10
Meu nome é Alìpio.
:14:14
Alìpio, você usa droga?
:14:17
Nada na veia?
:14:18
Esquece, doutor. Peguei AlDS
foi comendo bunda de cadeia.
:14:25
Muita bunda.
:14:29
Adianta fazer o teste?
:14:35
Eu escuto dou conselho,
faço carinho, ponho no colo...
:14:41
aì, depois, eles sempre fazem um
agrado pra nós, sabe, doutor, assim:
:14:45
um maço de cigarro, um docinho,
um pedaço de queijo...
:14:50
Sabe doutor é muito homem
fechado aqui, sabe...
:14:53
sem aquela nossa coisa
feminina de da apoio.
:14:56
Tô co´a AlDS sim, doutor,
mas num peguei aqui dentro não.
:14:59
Truxe da rua. Não dá nem
prá reclamá, viu, doutor, porque...
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chegá doente numa cadeia e os
companheiro tratá a gente...
:15:05
com respeito, com dignidade...
:15:08
é a coisa mais bonita na vida
de um ladrão.
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Sou viciado e traficante.
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No meu negócio, se o cara não paga,
eu não posso pegá...
:15:16
o que eu vendi pra ele. O desgraçado
já fumô, já cherô, vai sabê.
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Pego o que ele tivé, chefão.
Se não tivé nada, eu mato ele.
:15:28
Um dia desse, pedi uma banana a
mais pro moço que entrega o almoço.
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O safado disse que só me dava se
eu desse um beijinho na banana dele.
:15:35
Fazer o que? Sou louca por banana.
:15:38
Aì, doutor, no meu barraco
tá todo mundo com essa coceira.
:15:41
Não dá pra aguentá.
:15:43
É sarna. Vou arranjar remédio
pra vocês.
:15:48
E aì? Como o que tá indo?
:15:51
Oh, doutor, pra quem já injetou
cocaìna no escuro...
:15:54
com agulha sem ponta...
:15:55
tira sangue com esse material aqui
é até covardia da parte nossa, doutor.